Partindo do contexto histórico da época, período do estado novo, ditadura Vargas, o país vivia intensamente a luta de classes como vive até hoje. Lembro que quando li minha irmã que me apresentou e disse,o livro de Jorge Amado na época que foi editado, foi censurado e a edição quase toda queimada,não havia entendido bem, porém agora percebi que foi devido ser uma história que incomodava o governo,pela denuncia,em contar a história de um bando de crianças de rua, marginalizadas que desafiam o estado, transgridem regras e quebram as ordens estabelecidas. O que me chama a atenção é o fato de que roubam dos ricos e dividem entre si, uma verdadeira justiça social, contam com o apoio de algumas pessoas da sociedade , padre, mãe de santo, operário, estudante, se assemelhando com grupos comunistas que na época eram grupos subversivos e perigoso, pois eram contrários as ideias do governo. Tive vários sentimentos ao ler pela segunda vez esse livro, e vi como meu modo de ver O mundo mudou, eu havia lido esse livro em 2011, não com um olhar histórico critico nem pedagógico, pois na época não estava envolvida com a educação, nem tampouco estava preocupada com o contexto histórico, li como um romance, hoje acrescento uma crítica na questão da situação do menor abandonado, da criança desamparada, sem pai e sem mãe, da sociedade elitista, preconceituosa, do descaso do estado, com tal situação. O sofrimento das crianças por não serem assistida pelo governo. Essa história é tão atual, muitos meninos e meninas estão jogados nas ruas sem perspectiva nenhuma, claro que hoje o foco dessas crianças que vivem experiências de adultos nas ruas mudou, pois, no livro viviam do roubo, do furto, com propósitos, (MINHA OPINIÃO) cuidando um do outro, uma espécie de Hobin Hood , mas hoje estão mergulhados no mundo das drogas, onde o capitalismo contribui muito, são pequenos traficantes e usuários que são maltratados pela sociedade (entendo sociedade como sendo esse conjunto de pessoas que vivem uma mesma norma ou regra e se interagem entre si), porém esses mesmos jovens e crianças sofrem também por por viverem à margem da sociedade. No livro mostra a mudança na vida dessas crianças e isso é muito positivo e eu acredito que a mudança é possível sim, se houver nessa sociedade pessoas capazes de fazer a diferença, (nem que seja na vida de um único ser), assim a história poderá ser reconstruída. Por isso entendo perfeitamente nossa utopia enquanto estudantes de pedagogia e futuros educadores, em acreditar que podemos mudar alguma coisa, isso é valido a esperança é valida e nesse livro o Jorge Amado mostra muito bem isso, a mudança na vida das crianças, que veio da ajuda de alguém, padre, estudante, enfim. Livro bárbaro, historia fantástica, aprendizado para sempre, pois as impressões que ficaram dentro de mim servirão para mudanças em mim mesma como ser humano, ver o outro de outra maneira e acreditar ainda mais na EDUCAÇÂO, mesmo vivendo num país onde não se prioriza isso. O exemplo de Pedro Bala, tanto na questão de líder como de um jovem que não estava preocupado só com seu próprio umbigo e sim com todos que ele liderava e cuidava, ele sabia o que era necessário para resolver a questão das diferenças de classes sociais.. Ele disse certa vez ao seu amigo Sem Pernas: “ – Nem o ódio nem a bondade. Só a luta.”O mundo tratado pelos autores Plínio Marcos e Jorge Amado nos livros Querô e Capitães de areia.Entendi, que ambos em seus textos despontam, personagens cujos comportamentos e cujo enredo e cenário projetam uma realidade social, num levantamento quase documental de denuncias, de situações sociais que, embora atuais, nos levou para uma época de governo ditador, em que o país estava vivendo censura, deram em suas obras voz para a massa excluída da sociedade,ou seja,os pobres. Mostraram o sofrimento e a dor causada pela marginalização,preconceito e por falta de políticas públicas sérias, de amparo social,que atenda crianças e adolescentes em situações semelhantes, pois temos nessas fundações de amparo ao menor, bons corruptos e gente que não gosta de gente e sim de dinheiro, assim como vimos nos livros, crianças violentadas, espancadas nesses espaços que deveriam ser para a criança um refugio, é na verdade um lugar de terror, de desumanidade, e quem permite isso em alguns casos são os diretores, cuidadores das instituições. .
"Aquilo que persistimos em fazer torna-se mais fácil de realizar; não que a natureza da tarefa mude, mas que nossa capacidade aumenta"" (Heber J. Grant)
sábado, 16 de novembro de 2013
CAPITÃES DA AREIA - o que senti ao ler Jorge Amado e O mundo tratado pelos autores Plínio Marcos e Jorge Amado nos livros Querô e Capitães da areia
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